O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a deixar a prisão domiciliar neste domingo (14/9), em Brasília, para realizar um procedimento médico autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Sob escolta da Polícia Penal, Bolsonaro chegou ao Hospital DF Star por volta das 8h, onde foi submetido à retirada de oito lesões na pele, em cirurgia feita com anestesia local e sedação.
De acordo com o boletim médico, as amostras foram enviadas para biópsia e o ex-presidente passará por avaliação de tratamento complementar. O documento também revela que Bolsonaro apresenta anemia, além de sequelas de uma pneumonia por broncoaspiração, identificada em tomografia recente. Ele recebeu reposição de ferro por via endovenosa.
Foi a segunda saída de Bolsonaro desde que foi colocado em prisão domiciliar, em 4 de agosto. Um comboio da Polícia Penal acompanhou todo o trajeto, permanecendo na unidade até a alta, e acompanhou o retorno dele à residência no Lago Sul. A decisão de Alexandre de Moraes determina que o ex-presidente deve apresentar um atestado médico ao STF em até 48 horas.
Embora a equipe médica descreva o procedimento como simples, a sucessão de diagnósticos lesões de pele, anemia e complicações respiratórias reforça a narrativa construída por aliados de que Bolsonaro estaria fisicamente debilitado.
A avaliação abre espaço para um novo embate político: de um lado, apoiadores defendem que o estado de saúde inviabiliza qualquer regime de prisão mais rígido; de outro, críticos apontam que a estrutura médica de ponta e o tratamento diferenciado contrastam com a realidade da maioria dos presos brasileiros.
A cena no trajeto até o hospital parecia digna de uma operação contra um criminoso de alta periculosidade. No centro desse tabuleiro, o STF continua sendo alvo de pressões e acusações de perseguir Bolsonaro que estaria com saúde debilitada, para apoiadores de Bolsonaro, exagero da cena reforça mais a teatralização em torno do ex-presidente do que qualquer necessidade real de segurança.