O escândalo dos descontos ilegais no INSS ganhou mais um capítulo explosivo. Neste sábado (13/9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, decidiu que o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, não é mais obrigado a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o rombo bilionário. A medida se estende também ao empresário Maurício Camisotti, ambos presos pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira (12/9), durante a Operação Cambota, desdobramento da Operação Sem Desconto.
A decisão caiu como uma bomba no Congresso. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), confirmou a informação e prometeu recorrer. “É fundamental que eles compareçam para que possamos esclarecer, com mais rapidez, tudo o que aconteceu. Respeito a decisão do ministro, mas considero injustificável permitir que não venham depor”, disparou.
O “Careca do INSS” seria uma das figuras centrais no lobby que alimentava o esquema, enquanto Camisotti é apontado como articulador empresarial do desvio. Ambos estavam convocados para depor nesta semana, mas agora não precisarão enfrentar os parlamentares.
Embora a decisão esteja registrada como sigilosa no sistema do STF, a informação já provocou reação imediata nos bastidores de Brasília. Para aliados do governo, a medida de Mendonça pode ser interpretada como um “freio de arrumação” para evitar exposição pública de investigados. Já para senadores da oposição, a decisão soa como um “escudo para corruptos” e enfraquece o papel fiscalizador do Legislativo.
Enquanto isso, aposentados e pensionistas seguem cobrando respostas para um esquema que drenou bilhões de seus benefícios. A CPMI, que já estava sob pressão, agora enfrenta mais um obstáculo para expor os responsáveis pelo maior escândalo da Previdência em anos.