A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) continuará presa em Roma, segundo decisão da Corte de Apelação italiana nesta sexta-feira (1º). O caso tem desdobramentos delicados para a diplomacia brasileira: Zambelli, que possui cidadania italiana, foi localizada no país europeu após ser considerada foragida pela Justiça do Brasil.
Detida no presídio feminino de Rebibbia, Zambelli passou por audiência de custódia nesta manhã. A decisão de mantê-la presa foi confirmada pelo embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, e por integrantes da Polícia Federal (PF).
A extradição da parlamentar pode levar até dois anos, conforme prevê a legislação italiana, o trâmite será lento e politicamente sensível.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação em uma organização criminosa digital que articulava ataques aos sistemas do Judiciário. Mesmo assim, sua defesa insiste em reverter a situação. “Carla busca a não extradição e ser julgada com imparcialidade”, afirmou o advogado Fábio Pagnozzi em vídeo nas redes sociais. Segundo ele, Zambelli não foi presa, mas teria se apresentado voluntariamente às autoridades italianas.
A versão, no entanto, contrasta com declarações do deputado italiano Angelo Bonelli, do Partido Europa Verde, que diz ter localizado Zambelli em Roma e informado a polícia sobre seu paradeiro.
O Ministério da Justiça italiano agora avalia se formalizará o pedido de confirmação da prisão preventiva de Zambelli. Caso opte por seguir adiante, a decisão final sobre a extradição ficará novamente nas mãos da Corte de Apelação de Roma. A partir daí, o governo brasileiro terá um prazo de até 45 dias para apresentar oficialmente o pedido de extradição e os documentos que sustentam a solicitação.
Enquanto isso, Carla Zambelli segue presa em Roma no epicentro de uma disputa internacional que envolve política e uma batalha judicial que atravessa fronteiras.
