O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou nesta segunda-feira (21) o que já era sabido, mas ainda não visto: a tornozeleira eletrônica imposta por ordem de Alexandre de Moraes, ministro do STF. Segundo aliados, Bolsonaro expôs o dispositivo não como vergonha, mas como símbolo de resistência de um homem que, mesmo sem mandato, continua sendo o alvo número um do sistema.
“Não roubei, não matei, não trafiquei. Isso é a máxima humilhação do nosso país. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou, emocionado, ao sair de uma reunião com parlamentares aliados.
Para seus apoiadores, a tornozeleira é uma tentativa de deslegitimar, criminalizar e silenciar um ex-presidente que nunca se curvou.
Mais de 50 deputados e dois senadores estiveram reunidos com Bolsonaro em um encontro convocado pelo PL. A pauta foi clara: reagir ao que muitos classificaram como um abuso de poder do STF e da Polícia Federal.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), anunciou a formação de três comissões estratégicas. Elas terão como missão blindar Bolsonaro, unificar o discurso da direita e organizar uma resposta institucional à crescente interferência do Judiciário sobre a política.
Lideranças como Gustavo Gayer, Cabo Gilberto, Rodolfo Nogueira e Zé Trovão darão corpo à resistência. Para a liderança não se trata apenas de defender Bolsonaro trata-se de defender o direito de existir de uma oposição legítima que está sendo sufocada por medidas judiciais desproporcionais.
O clima de tensão chegou até ao Congresso. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), voz popular da nova direita, foi ferido no rosto após confusão com a imprensa. Segundo sua assessoria, ele foi atingido por uma canopla de microfone e sangrou.