Família decide sepultar corpo de Juliana Marins para preservar provas

Brasileira morreu após queda em vulcão na Indonésia; decisão da família revê autorização judicial para cremação
Facebook
Twitter
WhatsApp
Reprodução: Instagram

A família da publicitária brasileira Juliana Marins, de 28 anos, anunciou nesta sexta-feira (4) que decidiu sepultar o corpo da jovem no Rio de Janeiro, com o objetivo de preservar possíveis provas para eventuais investigações. Juliana morreu após sofrer um acidente em uma trilha do vulcão Rinjani, na Indonésia, no dia 21 de junho.

A medida contraria uma decisão autorizada na quinta-feira (3) pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que havia obtido na Justiça a permissão para realizar a cremação, conforme desejo manifestado por Juliana. A mudança de planos, segundo os familiares, tem caráter técnico e jurídico: com o sepultamento, seria possível realizar uma exumação caso novos desdobramentos do caso ocorram.


Cerimônia em Niterói reuniu familiares e amigos

O velório aconteceu no Cemitério Parque da Colina, em Niterói (RJ). Pela manhã, a cerimônia foi aberta ao público. Mais tarde, familiares e amigos participaram do sepultamento em uma cerimônia reservada.

O pai da jovem, Manoel Marins, fez um breve pronunciamento à imprensa ao chegar ao local. Ele agradeceu a mobilização da sociedade brasileira e o apoio da Embaixada do Brasil na Indonésia, mas criticou a lentidão do resgate.

“Trata-se de despreparo, de descaso com a vida humana, trata-se de negligência e de precariedade dos serviços daquele país. É um destino turístico mundialmente conhecido e que deveria ter mais estrutura para resgatar as pessoas que passassem por um infortúnio desses, mas, infelizmente, não tem”, disse Manoel.

Juliana sofreu o acidente no sábado (21), mas só foi resgatada na terça-feira (24), já sem vida.


Nova necropsia foi realizada no Brasil

Logo após a chegada do corpo ao Brasil, a família solicitou uma nova necropsia, realizada no Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio. O objetivo é confirmar ou contestar a causa da morte apontada por legistas indonésios  hemorragia interna provocada por trauma contundente.

O laudo preliminar da autópsia realizada no Brasil deve ser concluído em até sete dias. A expectativa da família é que o novo exame possa oferecer mais elementos sobre a gravidade dos ferimentos e se houve impacto da demora no socorro.


“Ela está no coração da gente”, diz pai da jovem

Muito emocionado, Manoel Marins lembrou com carinho da filha, descrita como doce, alegre e espirituosa.

“Será que algum dia essa saudade vai diminuir? Não sei. Ela não está presente fisicamente, mas está espiritualmente e no coração da gente.”

Juliana viajava pela Ásia quando decidiu subir o Monte Rinjani, um dos pontos turísticos mais visitados da Indonésia. O caso gerou comoção nas redes sociais e levantou questionamentos sobre os protocolos de segurança e resgate do país, que tem o turismo como uma de suas principais fontes econômicas.


Facebook
Twitter
WhatsApp
Email
Telegram
Print

MATÉRIAS RELACIONADAS

TCE - EM PAUTA

MANAUS

ASSEMBLEIA EM PAUTA

CÂMARA EM PAUTA

SÉRIE O AMAZONAS