Caprichoso abre a terceira noite reverenciando a força ancestral dos povos originários

Com o tema “Kaá-eté – Retomada pela Vida”, boi azul emociona o Bumbódromo ao exaltar espiritualidade indígena, lendas amazônicas e figuras regionais
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Foto: Arthur Castro

Na última noite do 58º Festival de Parintins, neste domingo (29/06), o Boi Caprichoso deu início às apresentações no Bumbódromo com um espetáculo arrebatador. Com o tema “Kaá-eté – Retomada pela Vida”, o boi da nação azul e branca levou ao centro da arena uma narrativa profunda, em defesa da floresta, da ancestralidade e dos povos originários da Amazônia. O evento, promovido pela da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, mais uma vez atraiu milhares de espectadores ao maior espetáculo folclórico a céu aberto do mundo.

Em sua estreia como tripa oficial do Caprichoso, Edson Azevedo Júnior compartilhou a emoção de representar o boi azul no tablado. “É uma noite muito especial porque nós mostramos que realmente queremos, nos preparamos para esse espetáculo. Foi espetacular, com certeza vai dar vitória para a nossa galera azul-branca. E pisar na arena como item oficial é uma emoção muito grande, porque carrego comigo um legado de família”, declarou emocionado.

Foto: Arthur Castro

Lenda, resistência e espiritualidade em cena

A narrativa do Caprichoso foi costurada a partir de símbolos poderosos da Amazônia. Um dos grandes destaques foi a lenda de Waurãga, guardiã espiritual da floresta, que convoca os Kãkãnemas — espíritos que habitam os corpos dos animais da selva. A lenda foi representada em uma alegoria imponente e poética, com destaque para a cunhã-poranga Marciele Albuquerque, ovacionada pelo público em sua performance.

Outra figura emblemática trazida para a arena foi “O Seringueiro da Amazônia”, que homenageou os trabalhadores do látex e sua luta histórica pela preservação da floresta. Em uma emocionante participação, a filha do ativista Chico Mendes, Ângela Mendes, foi conduzida ao centro da arena, reforçando a importância da memória e da resistência socioambiental.

Encerrando a apresentação, o Ritual de Cura Yawanawá, com alegoria assinada pelo artista Algles Ferreira, foi um tributo à espiritualidade indígena. A encenação evidenciou os rituais de cura praticados pelo povo Yawanawá, do Acre, revelando a potência simbólica e a sabedoria ancestral dos povos que vivem em comunhão com a floresta.

O 58º Festival de Parintins se encerra com a expectativa de uma decisão acirrada entre Caprichoso e Garantido, em uma disputa que, mais do que rivalidade, celebra o orgulho de uma cultura vibrante e viva.

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