Com o auditório lotado e transmissão online para todo o país, o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) realizou, nesta quarta-feira (7), a segunda edição do Corregedoria Day. O evento integra uma mobilização nacional promovida pelo Instituto Rui Barbosa (IRB) e, no Amazonas, é coordenado pela Corregedoria da Corte de Contas. Com o tema “Ambientes Institucionais e Saúde Mental: Caminhos para o Cuidado”, a iniciativa reuniu servidores públicos, estudantes e representantes da sociedade civil em torno de um debate essencial para o serviço público: o cuidado com a saúde mental.
O conselheiro-corregedor do TCE-AM, Josué Cláudio Neto, destacou que o principal objetivo do evento é quebrar tabus e naturalizar o cuidado psicológico no ambiente de trabalho. “É normal ter um terapeuta. É normal procurar ajuda psicológica. É normal ter um psicólogo. E eu também tenho um psiquiatra — e é normal ter um psiquiatra. Essa é a essência desse evento: normatizar, normalizar, fazer com que a gente entenda que buscar apoio emocional não é sinal de fraqueza, é ato de coragem”, disse.
Durante a abertura, a conselheira-presidente do TCE-AM, Yara Amazônia Lins, ressaltou que o enfrentamento dos desafios emocionais no ambiente de trabalho deve ser tratado como parte da política de valorização dos servidores. “Um ambiente acolhedor e respeitoso não apenas valoriza quem trabalha conosco, mas melhora diretamente a qualidade dos serviços prestados à sociedade”, afirmou.
Normatização
Após a abertura do evento o pleno do TCE-AM aprovou uma resolução, de iniciativa da Corregedoria da Corte de Contas, que cria a política permanente voltada à Saúde Mental, com a previsão de ações preventivas, acompanhamento psicológico e campanhas internas contínuas sobre o tema.
Ciclo de palestras aborda prevenção e acolhimento
Ao longo da programação, o psiquiatra Luiz Eduardo Wawrick Fonseca abordou os impactos do estresse no serviço público e alertou para os sinais de burnout. “Precisamos romper com o preconceito que associa sofrimento psíquico à fraqueza. Quem busca ajuda está, na verdade, exercendo coragem e autocuidado”, destacou.
O psicólogo José Humberto da Silva Filho reforçou a necessidade de dar visibilidade à dor emocional. “A dor mental não se vê, mas ela adoece, afasta, quebra vínculos e destrói potencial. Precisamos normalizar o cuidado com a mente como algo essencial à vida”, disse.
Também participou o psicólogo Adenilson Lima Reis, que abordou a logoterapia e a busca de sentido na rotina institucional. “Quando o trabalho se conecta com um propósito, ele deixa de ser peso e se transforma em fator de saúde”, pontuou.
Encerrando as exposições, a mesa-redonda mediada pela psiquiatra Loren Rodrigues Cavalcante, especialista em terapia cognitivo-comportamental, discutiu estratégias práticas para prevenção ao adoecimento mental e promoção do bem-estar nas instituições.
Boas práticas
Durante o evento foi realizado no Museu do TCE-AM uma área com apresentações das ações de saúde realizadas pelos diferentes órgãos parceiros, como: a Secretaria Municipal de Educação (Semed); o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM); Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam); e o CAS – Coordenação de Atenção ao Servidor da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC).