Professora da rede estadual ‘vence’ fenômenos naturais para incentivar estudantes a não abandonarem os estudos

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FOTOS: Divulgação/Seduc-AM

É seguro dizer que a rotina diária de Alzilete Cavalcante da Silva, de 33 anos, é dedicada à Educação, no município de Uarini (a 565 quilômetros de Manaus). A professora da rede estadual acorda sempre às 6h e segue para o seu primeiro destino, a Escola Municipal Rosilda do Carmo, onde leciona para estudantes do Ensino Fundamental. À noite, a educadora conduz as aulas para os alunos finalistas da Escola Estadual Professora Cinthia Regia Gomes do Livramento, onde troca o tradicional quadro branco pelo aparelho televisor.

Alzilete é uma das professoras do Ensino Mediado por Tecnologia, modalidade da Secretaria de Estado de Educação e Desporto, por meio do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (Cemeam), que se utiliza de recursos de interatividade em tempo real e mídias estrategicamente planejadas para o desenvolvimento de aulas síncronas e assíncronas – alcançando, assim, municípios e comunidades distantes do estado.

A unidade estadual em que a educadora atua fica localizada na comunidade Punã, na beira do Rio Solimões. Por isso, em época de cheia, ela precisa ir de lancha à escola. Durante o percurso, o barco pega, ainda, alguns alunos que têm o mesmo destino. Na seca, como agora, esse trajeto é feito a pé e o grupo caminha cerca de seis quilômetros, três na ida e três na volta, para chegar à unidade Cinthia Regia.

“Todo professor tem de desempenhar o papel de incentivador, motivador. No caso do mediado [tecnológico], essa característica se faz ainda mais presente. Muitos alunos são acostumados a ter o professor em sala de aula, presencial, da forma prática e, de repente, eles se deparam com uma aula transmitida. É normal que cause estranhamento, de início”, destacou Alzilete.

A professora media os conteúdos transmitidos pelo Cemeam, por meio de satélite de videoconferência e com interação de áudio e de vídeo. Apesar da dinâmica diferenciada, ela não vê muita diferença entre a modalidade e o Ensino Regular, por exemplo. “A única distinção é com relação ao manuseio dos aparelhos em sala de aula. Assim como os profissionais das demais modalidades [de ensino], temos a mesma missão de transmitir um conteúdo de qualidade aos nossos estudantes”, acrescentou.

Desafios – Alzilete Cavalcante acredita que os maiores obstáculos enfrentados pelos alunos e professores do Ensino Mediado por Tecnologia dizem respeito aos fenômenos naturais que ocorrem nos municípios e comunidades do interior. Por isso, é importante a relação do educador com o estudante, fazendo com que não haja desistência dos estudos.

“Nessa época do ano, na seca, os alunos costumam faltar mais, por conta do percurso, então temos que ficar de olho, motivando-os a concluir os estudos. Em época de cheia, por incrível que pareça, a adesão é quase 100% e os barcos estão sempre com todos os estudantes”, reforçou.

Apesar das adversidades, a educadora se diz feliz em poder fazer a diferença na vida de tantos jovens. “Gosto muito de desafios e a mediação tecnológica me deu a oportunidade de ver, de perto, a realidade desses alunos e tudo o que eles fazem para seguir estudando”, finalizou.

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