A decisão do poder judiciário da desativação da estrutura física do regime semiaberto, que atualmente funciona no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), ao lado da unidade do regime fechado, é uma ação aprovada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) e Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB-AM). A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) está pronta para cumprir a ordem judicial com responsabilidade e compromisso com a sociedade.
Diante das declarações do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), divulgadas na sexta-feira (16/02), a Seap explica que na decisão do poder judiciário é solicitado a aquisição de 5 mil equipamentos de monitoramento eletrônico, e que já foi anunciado pela secretaria a aquisição de 2 mil tornozeleiras, quantidade esta que irá atender a demanda dos presos do semiaberto e deixar à disposição da justiça outros equipamentos para decisões futuras. O Governo do Amazonas possui contrato vigente com a empresa Synergye, que prevê a disponibilidade dessa quantidade de tornozeleiras para a Seap, que atualmente possui 909 equipamentos ativos.
O secretário de Estado de Administração Penitenciária, coronel da Polícia Militar Cleitman Coelho, ressalta que o pedido partiu da Seap, mas que atualmente a iniciativa de concretizar a ideia é do Poder Judiciário. “Vários órgãos e esferas estão apoiando e incentivando a decisão, pois entenderam a real situação do semiaberto e que a melhor saída para o controle e melhoria do sistema é aplicar a tornozeleira nos presos até que o estado construa uma nova unidade prisional do regime semiaberto, em local diferente e distante da unidade do regime fechado”, declarou Cleitman Coelho, que explica que a nova unidade do semiaberto irá seguir um modelo padrão aprovado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para estabelecimentos prisionais do regime proposto.

Com a desativação da estrutura do semiaberto, a Seap irá utilizar o terreno para a ampliação da estrutura física do Compaj Fechado, duplicando assim o número de vagas existentes no presídio. Segundo Cleitman Coelho, a decisão irá beneficiar até as decisões do Poder Judiciário. “Quando planejaram e começaram a executar o sistema prisional pensaram de maneira equivocada, construindo ainda nos anos 80, apenas uma unidade do regime fechado na capital, enquanto atualmente temos quatro unidades do regime provisório. Temos hoje uma superlotação de mais de 100% no Compaj Fechado, precisamos olhar urgentemente para essa situação e ampliar as vagas para os presos condenados”.
Operação para aplicação das tornozeleiras – Outro ponto que tem preocupado a população é sobre a circulação dos presos do semiaberto na sociedade. A Seap ressalta que os mesmos progrediram para o regime semiaberto e estão em situação de semiliberdade, onde saem durante o dia para trabalho e estudo externo, e retornam à noite para dormirem na unidade.
Os 585 presos que atualmente estão nesse regime só irão passar a utilizar tornozeleira eletrônica e permanecer em suas residências, após verificação das equipes multidisciplinares da Seap, que irão analisar o perfil de cada preso, suas fichas disciplinares e certidões carcerárias, onde são registradas todas as infrações durante a custódia no sistema prisional. Serão constatadas também as reincidências criminais de cada preso e o perfil socioeconômico. Após todo o estudo a Seap encaminhará a VEP os nomes e dados dos presos que estarão aptos para o primeiro grupo que receberá a tornozeleira. Após a aprovação e determinação da VEP, a Seap irá realizar o procedimento. A secretaria tem até 45 dias para avaliar todas as condições e aplicar as tornozeleiras de forma fracionada, e não todos de uma vez.
A justiça estadual exigiu do Governo do Estado apresentação precisa, no prazo de 15 dias, sobre qual unidade prisional poderá ser utilizada para alocar detentos em situações excepcionais de negativa de monitoramento eletrônico.








































