MANAUS | A 50ª Assembleia do Regional Norte1: Memória de uma missão instrumento profético na Amazônia, foi realizada no Centro de Treinamento Maromba, em Manaus- AM, no período de 18 a 21.09.2023.
Na noite da segunda-feira, 18 de setembro, foi realizada no auditório do Centro de Treinamento Maromba, a Santa Missa, presidida pelo 2° Vice-presidente da CNBB, Dom Paulo Jackson, concelebrada pelo Arcebispo Metropolitano de Manaus e Presidente do Regional Norte 1, Cardeal Leonardo Steiner, bispos de nove municípios do Amazonas e Roraima, entre eles os eméritos, Dom Luiz Soares Vieira da Arquidiocese de Manaus, Dom Giuliano Frigenni da Diocese de Parintins e Dom Gutemberg Freire Régis da Diocese de Coari.
Dom Paulo Jackson, 2° Vice-presidente da CNBB relembrou o Encontro de Santarém que abordou o tema “50 anos de vida e evangelização na região amazônica” e apresentou a carta enviada pelo Presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler.
Dom Luiz Soares Vieira em sua homília, disse que a caminhada começou em 1966 e teve sua primeira assembleia em 1967, pouco depois da clausura do Concílio Vaticano II, um período de extrema importância para a Igreja. Um Concílio que segundo Dom Luiz, “resgatou para nós aquilo que a Igreja viveu no começo”, teve como fundamento a Palavra de Deus; a união, solidariedade, bem querer e responsabilidade; a fração do pão, a Eucaristia; a oração em comum.
Este meio século foi marcado pela presença das mulheres e a representatividade indígena foi um dos marcos em toda essa caminhada. A Coordenadora dos Catequistas Indígenas da Raposa Serra do Sol da Diocese de Roraima, Deolinda Silva, destaca a luta dos povos indígenas pelos direitos
O arcebispo emérito destacou a comunhão e participação do povo de Deus, ressaltando que somos “uma igreja da base, igreja da diocese, igreja da paróquia, uma igreja do regional”.
A 50ª Assembleia reuniu mais de 80 representantes das igrejas do Amazonas e Roraima, das nove igrejas locais que fazem parte do Regional Norte1 da CNBB, das pastorais, organismos e movimentos, bispos, padres, Vida Religiosa, laicato, povos indígenas, juventude, todos buscando caminhar juntos, em sinodalidade.
Memória, profecia, esperança, são os três elementos que marcam a caminhada do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), na busca de evangelizar na Amazônia.
Para Dom Luiz Soares a Igreja deve ser de comunhão, de serviços, deve ser uma Igreja que é missionária, que é uma marca da Igreja da Amazônia.
O primeiro cardeal da Amazônia Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB disse que fica sempre admirado da perspicácia dos bispos e das comunidades: “Quando leio, quando escuto esse modo de uma Igreja que procura ser presente e não tem pernas suficientes, não porque não se esforça, mas porque existem as dificuldades de território, existem dificuldades de pessoas, o esforço que se fez e se faz na formação dos leigos, é algo admirável”.
Steiner seguiu dizendo “que crescemos no espírito missionário, nós temos hoje uma presença maior dos leigos na frente da catequese, à frente das comunidades, lideranças, uma presença maior de religiosos e religiosas, a presença maior de igrejas particulares, a presença maior de bispos”
O Cardeal destaca que: “Isso tudo sempre de novo refletido, discutido nas assembleias, com a participação de todos. Isso tem nos ajudado a perceber que nós estamos todos realmente interligados também na missão”.
De acordo com Dom Leonardo, o que marcou durante esse tempo foi o desejo da missão o desejo da evangelização, a missionaridade, homens e mulheres que tentaram compreender que uma igreja deve ser encarnada e que também ajuda na libertação.
Segundo o arcebispo de Manaus, é uma trajetória belíssima, onde vai se tornando uma igreja sinodal, onde todos vão participando, os leigos começam a participar dos debates das reflexões das decisões, uma verdadeira comunhão de cordialidade entre os bispos e as diversas Igrejas, procurando sempre mostrar a importância da missão que a igreja recebeu.
Padre Zenildo Lima, reitor do Seminário São José de Manaus, enfatizou que são mais de 50 anos de evangelização libertadora, com grande sinergia com as propostas da Igreja universal, de América Latina e do Brasil.
Ir. Maria Clara de Albuquerque, da Congregação das Adoradoras do Sangue de Cristo, disse que os 50 anos fazem parte de uma história que começou com rostos concretos, com a ajuda de homens e mulheres que assumiram esse caminho.