Nova sede da Assembleia Legislativa: um sonho construído em tempo recorde

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Depois de 154 anos de História, completados em 2006, a Assembleia Legislativa, ganhou um prédio projetado e construído especialmente, para ser a sede do Poder Legislativo Amazonense. Antes de se instalar, na avenida Mário Ypiranga Monteiro, bairro do Parque Dez, a Assembleia funcionou em vários locais.

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Inicialmente, na rua da Instalação, no Centro da Cidade, em um prédio da Câmara Municipal de Manaus, onde hoje funciona o estacionamento do Teatro da Instalação. De lá, foi para o início da avenida Eduardo Ribeiro, ao lado do prédio onde durante muitos anos funcionou a sede da Receita Federal. Com o passar do tempo, a Assembleia funcionou ainda no Palacete Provincial (antigo quartel da Polícia Militar, na Praça Heliodoro Balbi), Biblioteca Pública, Instituto de Educação do Amazonas (IEA) e Colégio Estadual (D. Pedro II). No ano de 1972, o Poder Legislativo se instalou no Palácio Rio Branco, no início da avenida Sete de Setembro, no Centro da Cidade. Na administração do deputado José Cardoso Dutra, foi inaugurado o prédio de oito andares, anexo ao Palácio Rio Branco. Nesse local, a Assembleia Legislativa, funcionou durante 34 anos.

O tempo passou e a representatividade do Poder Legislativo já não cabia somente em um prédio. Por isso, outros locais foram alugados, causando gastos financeiros e dificuldades administrativas. Foi nesse cenário que as administrações da Assembleia passaram a sonhar com uma sede única, concentrada em um só local.

A ideia de uma nova sede para o Poder Legislativo começou a ganhar corpo com a chegada à presidência da Assembleia, do deputado Belarmino Lins (PROS). Corria o ano de 2004 e o governador do Estado era Eduardo Braga.

Nascido em Fonte Boa (distante de Manaus 678 km), Belarmino Lins chegou na política, ganhando o seu primeiro mandato nas eleições de 1998. Mantendo uma base eleitoral, principalmente no interior do Estado, “Belão”, como também é conhecido, foi reeleito por quatro mandatos e assumiu a presidência pela primeira vez em 2005. Ele conta que, com o passar do tempo e depois de exercer vários cargos nas Mesas Diretoras anteriores, acumulou experiências e viu de perto a vontade dos seus antecessores em construir uma nova sede para o Poder.

Ao assumir a presidência da Assembleia, nas primeiras conversas com os seus pares, sobre o “sonho” da nova sede, Belarmino Lins disse que teve o apoio irrestrito dos colegas. “Nós verificamos que os outros que me antecederam, também queriam um novo prédio, mas sempre esbarravam em alguma coisa. Por isso, ao assumir, compartilhei a ideia e juntos procuramos o governador Eduardo Braga para comunicar esse desejo, ao mesmo tempo, solicitar uma ajuda”, afirmou. Essa ajuda, segundo Belarmino, não era financeira. “Nós tínhamos em caixa, uma quantia em dinheiro, algo em torno de R$ 7 milhões, deixada pelo meu antecessor, deputado Líno Chíxaro. Com esse dinheiro, já podíamos dar os primeiros passos, rumo à nova sede”, explicou.

Como ajuda do Governo do Estado, o presidente da Assembleia, queria apenas um terreno para a construção. “Quando o governador, concordou, imediatamente disse a ele que já tinha escolhido uma área localizada na antiga rua Recife, no Parque Dez, próximo ao condomínio Murici”. A partir daí, com o terreno doado pelo Estado e o dinheiro em caixa, o “sonho” de uma nova sede passou a ser real. “Além disso, tínhamos a vontade de construir e oferecer aos deputados e ao povo do Amazonas melhores condições de atendimento. O que queríamos era avançar, como sempre digo”, salientou.

Uma nova etapa começou para a escolha do projeto arquitetônico. Reuniões e mais reuniões com deputados, diretores e funcionários foram realizadas para que fossem oferecidas sugestões ao projeto, idealizado pelo arquiteto Sérgio Cruz. “O importante era fazer um prédio que atendesse o Poder Legislativo pelos próximos 50 anos. Além disso, sempre lutamos para aumentar o número de deputados estaduais. Tínhamos que pensar no futuro e com a ajuda de todos tiramos o “sonho” do papel e avançamos para licitar a empresa que construiria a nova sede do Poder Legislativo do Amazonas”.

Com o início do projeto, Belão praticamente se mudou par ao canteiro de obras. “Todos os dias, eu estava lá. Eu precisava acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. Eu dizia que tinha que acender o maçarico para queimar as gorduras. Nenhum desperdício e nenhum atraso no cronograma eram admitidos”, salientou. Sempre acompanhado de fotógrafo e cinegrafista, Belão passou a explicar para os outros deputados ou autoridades visitantes, detalhes da construção. “Quando se conhece o que está sendo feito, é mais fácil defender e entusiasmar os demais”. E foi com esse entusiasmo que se passaram dez meses. Um tempo recorde de construção. “Nunca na história do Poder Legislativo, se fez um prédio dessa magnitude, em tão pouco tempo. Teve período que se trabalhou nos três turnos para se cumprir o cronograma”.

Chegou o dia 28 do mês de junho de 2006. Nessa data a Assembleia Legislativa do Amazonas ganhava um prédio especialmente projetado para ser a nova sede do Poder Legislativo do Amazonas. Com uma arquitetura moderna, construído numa área de quase 40 mil metros quadrados, o prédio de nove andares se destacava pela funcionalidade e pela beleza arquitetônica. Logo na entrada, um espelho d’água dá as boas vindas ao visitante. O projeto paisagístico mostra o tom harmônico entre o concreto e a natureza. Outro detalhe, é que o prédio está estruturado, tanto em gabinetes quanto, no plenário, para receber até 32 deputados.

Ao Lembrar, daquele fim de tarde, o parlamentar guarda na memória a emoção de realizar um sonho, que segundo ele foi sonhado por muitos, durante muito tempo. “Com a presença das autoridades civis, militares e eclesiásticas, dos funcionários e de vários convidados que representavam a população, realizamos a solenidade de inauguração do edifício José Lins de Albuquerque. O nome do prédio foi uma homenagem da classe política ao meu irmão que foi médico e também deputado federal. Um gesto de carinho dos meus pares”, concluiu.

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