Diagnóstico precoce é desafio para o controle da hanseníase

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Foto: Divulgação/Semsa

Do total de 128 novos casos de hanseníase notificados no ano de 2017 no município de Manaus, 47,65% dos pacientes só descobriram a infecção quando já apresentavam deformidades visíveis, afetando a função de olhos, mãos ou pés. A partir da análise dessa informação e considerando que os sintomas iniciais da doença podem levar até sete anos para se manifestarem, a Prefeitura de Manaus vem priorizando cada vez mais as ações para a detecção precoce da hanseníase.

Esse trabalho está sendo fortalecido pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), dentro da programação do Janeiro Roxo, campanha de conscientização para o combate à hanseníase, com atividades educativas, rodas de conversa, intensificação na oferta de exames dermatológicos e consultas médicas e busca ativa de pacientes com sintomas da doença.

O secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, explica que o número de casos de hanseníase vem apresentando redução no município de Manaus devido aos trabalhos das equipes de saúde de detecção precoce e acompanhamento, como orienta o prefeito Arthur Virgílio Neto, mas que a detecção precoce é fundamental para o controle da doença, garantindo o início do tratamento e, assim, quebrando a cadeia de transmissão.

“A hanseníase tem cura e o tratamento pode levar de seis meses a um ano. Se um paciente está sem diagnóstico, ele não recebe tratamento e mantém a cadeia de transmissão da doença. Por isso, a importância da detecção, porque é iniciado o tratamento imediato e o paciente deixa de transmitir a doença, evitando o surgimento de complicações como incapacidades e deformidades físicas”, informa Marcelo Magaldi.

Redução de casos – A hanseníase é uma doença infecciosa, transmissível, causada pelo bacilo de Hansen. Atinge principalmente a pele e os nervos periféricos (mãos e pés). A transmissão acontece de uma pessoa infectada com o bacilo, que não esteja recebendo tratamento, para uma pessoa sadia, por meio de secreções nasais, tosses e espirros.

No Brasil, o número de casos novos de hanseníase vem diminuindo gradativamente ao longo dos últimos anos. Foram diagnosticados 459 casos novos de hanseníase no Amazonas no ano de 2017. Nesse mesmo ano, Manaus teve o registro de 128 casos registrados, o que corresponde a 27,8% dos casos novos do Estado e uma redução de 23% em relação a 2016. No ano passado, o Sistema de Notificação de Agravos (Sinan) registrou, até o momento, 115 casos novos na capital amazonense.

De acordo com a chefe do Núcleo de Controle de Hanseníase da Semsa, enfermeira Eunice Jacome, a redução dos casos em Manaus tem ocorrido de maneira progressiva, resultado de ações de enfrentamento da doença, com foco na busca ativa de casos novos para o diagnóstico ainda na fase inicial da doença, no tratamento oportuno e na cura do paciente.

“Quanto mais rápido o diagnóstico, mais fácil é a cura. E é o início do tratamento que vai reduzir a contaminação de pessoas sadias e permitir que se avance no processo de eliminação da doença enquanto problema de saúde pública no Brasil”, destaca Eunice.

Uma das estratégias da Semsa para a detecção precoce é a busca ativa de contatos de pacientes já diagnosticados com a doença. Eunice Jacome lembra que os primeiros sintomas da hanseníase podem demorar de dois a sete anos para se manifestarem e, assim, uma pessoa pode passar anos com a doença, sem diagnóstico e sem tratamento, mantendo a cadeia de transmissão.

“Por esse motivo, todos os contatos do paciente, em casa e mesmo no trabalho, precisam ser examinados. A dificuldade é convencer o paciente a informar sobre o diagnóstico para a família, amigos e colegas de trabalho, já que ainda há muito preconceito em relação à doença. Muitos dos contatos desses pacientes não têm conhecimento que devem ser examinados ou não dão a devida importância justamente por não terem sintomas da doença”, alerta Eunice Jacome.

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