Prefeitura de Manaus cria grupo de trabalho para implantação do Corredor Ecológico do Sauim-de-Coleira

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Foto: Mário Oliveira Semcom

 

O prefeito Arthur Virgílio Neto criou na tarde desta sexta-feira 20/10, um grupo de trabalho para discutir a criação do Corredor Ecológico Urbano do Sauim-de-Coleira, uma faixa territorial de proteção que terá como finalidade principal a conservação da espécie Saguinus bicolor, criticamente ameaçada de extinção.

Na cerimônia realizada no Palácio Rio Branco, Centro foram apresentados os integrantes do grupo que deverão analisar a proposta de criação do corredor ecológico e expor o resultado dos estudos, num prazo de 120 dias, a contar da data de publicação da portaria que instituiu a comissão.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) coordenará o grupo de trabalho interinstitucional, formado por representantes de organizações governamentais e não-governamentais, que ficarão responsáveis também por definir critérios técnicos do Termo de Referência para elaboração do Plano de Gestão do Corredor Ecológico.
O prefeito Arthur Virgílio Neto garantiu todo o subsídio para que o grupo realize os estudos necessários e possam em um curto espaço de tempo iniciar a criação do corredor. “Nós estamos aqui com representantes de diversas organizações  ligadas ao meio ambiente. Eu os agradeci pela colaboração e me coloquei as ordens em tudo que for necessário para tirarmos o sauim-de-coleira do risco de extinção. Todos nós juntos, incluindo a sociedade, podemos sim salvar o essa espécie e está somente em nossas mãos. Não é uma possibilidade, é um dever pois, ele é de Manaus”, declarou o prefeito.

Para o procurador-chefe da Procuradoria da República no Amazonas (PGR-AM) Edmilson Barreiros Júnior, a formação do grupo de trabalho significa um avanço concreto e significativo na resolução do problema. “Essa é uma demanda ambiental antiga de muitos cidadãos e da comunidade científica que desde 2008 busca uma solução para a questão do sauim-de-coleira. A criação desse corredor ecológico além de ajudar na preservação da espécie vai melhorar a vida da população”, destacou Barreiros Júnior.

Participam do grupo a Procuradoria Geral do Município (PGM), Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fundação Vitória Amazônica (FVA), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

A iniciativa, de acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Antonio Nelson de Oliveira Júnior é a contribuição efetiva da Prefeitura de Manaus para a estratégia nacional de proteção ao sauim-de-coleira, que é uma espécie endêmica, símbolo de Manaus, em risco de desaparecer. Segundo ele, a criação do grupo vai possibilitar uma discussão democrática e participativa sobre as formas de criação do corredor, levando em conta o cenário real para seu estabelecimento e os aspectos ambiental e social do mesmo.
“Já existe um estudo iniciado por instituições que trabalham em prol da conservação da espécie e é sobre ele que iremos nos debruçar para se ter uma definição das delimitações e como se dará o processo de gestão da nova área protegida”, explicou Antonio Nelson.
Conexão
O corredor ecológico urbano tem como função garantir a conexão entre áreas protegidas já estabelecidas, garantindo fluxo gênico das espécies. O Corredor do Sauim de Manaus, conforme a proposta inicial que será discutida vai conectar o Parque Municipal do Mindu, o Corredor Ecológico do Mindu, passando por áreas verdes e de preservação permanente, o Parque Estadual Samaúma, até chegar à Reserva Ambiental Adolpho Ducke, na zona Leste. “Nosso objetivo é fazer com que os parceiros possam contribuir de forma efetiva na discussão em função da estratégia de proteção da espécie, de acordo com o Plano Nacional de Proteção do Sauim”, explicou o diretor de Áreas Protegidas da Semmas, Márcio Bentes.
Os Planos de Ação Nacional para a Conservação das Espécies Ameaçadas (PAN) são políticas públicas, pactuadas com a sociedade, que identificam e orientam as ações prioritárias para combater as ameaças que põem em risco tanto populações de espécies quanto seus ambientes naturais, a fim de protegê-los. O sauim-de-coleira é considerado espécie criticamente ameaçada de extinção, conforme a portaria nº 444/2014, do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Os especialistas que avaliaram a condição dessa espécie em 2012 consideraram que a distribuição do animal é restrita – o sauim-de-coleira só existe em Manaus e em parte de Itacoatiara e Rio Preto da Eva. Além disso, os efeitos do desmatamento, a competição com o sauim-de-mãos-douradas (Saguinus midas) e a expansão urbana desordenada estão ameaçando demasiadamente a espécie, podendo levá-la à extinção em pouco tempo.

 

Elaborar um PAN foi uma das estratégias desenvolvidas pelo ICMBio, em parceria com diversos parceiros, para evitar que a espécie desapareça. O Plano de Ação Nacional para a Conservação do Sauim-de-coleira, oficializado em 2011, tem como objetivo garantir pelo menos oito populações viáveis do primata, reduzindo sua taxa de declínio populacional e assegurando áreas protegidas para a espécies. O PAN é composto por um objetivo geral, com sete metas, cujo monitoramento está sendo coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Proteção de Primatas Brasileiros (CPB) e supervisionado pela Coordenação Geral de Manejo para Conservação.

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