O agente infiltrado que recebeu aval da polícia para se envolver com mulher espionada

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“Ele era carismático e romântico, e nós tínhamos os mesmos interesses e sonhos. Vivemos como amantes por mais de um ano, viajamos juntos. Ele se aproximou da minha família, era o centro do meu mundo”, lembra Kate Wilson, uma ativista ambiental britânica.

Mas o homem por quem ela se apaixonou não existia.

Kate foi enganada por um policial infiltrado. Nesta sexta, 21, ela escreveu um artigo no jornal The Guardian, que começa com a frase acima, em que descreve sua revolta com o caso.

“Eu o vi pela última vez em agosto de 2010. Ele me levou para jantar fora, depois andamos ao longo do rio e conversamos sobre nossas vidas”, escreveu ela. “Dois meses depois, recebi um telefone: Mark Stone não era o homem que eu pensava ser.”

Na realidade, Mark Stone era Mark Kennedy. E agora, por meio de documentos vistos pela BBC, a polícia admitiu pela primeira vez que o policial infiltrado manteve relações sexuais com Kate com anuência dos chefes, que permitiram que o relacionamento continuasse. Em declarações públicas até agora, a polícia mantinha que jamais autorizaria esse tipo de relacionamento.

 

O agente que se infiltrou na vida de Kate fingiu ser um ativista ambiental como ela. Eles mantiveram um relacionamento de dois anos a partir de 2003 – e moraram juntos durante um ano, segundo ela escreveu no Guardian.

Ela foi apenas uma das mulheres com quem ele se relacionou enquanto mantinha outra identidade. Durante os sete anos de trabalho infiltrado, Kennedy se relacionou com outras mulheres. Na “vida real”, porém, ele era casado e tinha filhos.

Hoje, Kate está envolvida em um processo contra a Polícia Metropolitana de Londres e o Conselho de Polícia Nacional, responsáveis em diferentes períodos pelo trabalho de Kennedy.

Em documentos enviados aos advogados de Kate, a polícia admite que a relação entre ambos foi “levada a cabo com o consentimento de autoridades acima dele”.

“A polícia tinha dito que esses relacionamentos haviam sido uma falha de supervisão, mas não foi esse o caso. Eles foram absolutamente cúmplices do que estava acontecendo”, disse Kate à BBC.

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