Instituto Mamirauá une o uso de tecnologias sociais com o manejo de pesca em nova estrutura flutuante

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Foto:Felipe Pires

Entre os dias 09 e 13 de abril, técnicos do Instituto Mamirauá estiveram na comunidade Curimatá de Baixo, na Reserva Extrativista de Auatí-Paraná, para finalizar instalações de um sistema de energia solar, tratamento de água e de afluentes domésticos em uma unidade de recepção e pré-beneficiamento de pirarucu manejado. Estima-se que cerca de 1.200 comunitários devem ser beneficiados pela iniciativa da Associação Agroextrativista de Auatí-Paraná e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com o Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Entre os moradores da região a expectativa pela entrega da unidade está alta. A estrutura flutuante deverá suprir as dificuldades dos comunitários no processo de recepção e pré-beneficiamento do pirarucu, melhorando a qualidade do pescado e trazendo mais benefícios para população local.

Os preparativos para implementação do flutuante iniciaram em 2017, quando o Instituto Mamirauá apresentou o projeto e as tecnologias sociais que seriam utilizadas na estrutura. Já o processo de construção do flutuante levou aproximadamente três meses para ser concluído. A iniciativa contou com recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

Energia sustentável para o manejo de pesca

Distante de centros urbanos, a comunidade de Curimatá de Baixo, no Amazonas, não recebe energia de modo tradicional. Resta aos moradores buscarem outras alternativas, como por exemplo, o uso de geradores a diesel. O equipamento comumente utilizado por populações ribeirinhas da região norte, no entanto, apresente um alto custo de operação e manutenção.  Nesse cenário, a energia solar desponta como a melhor opção. “Além de ser uma fonte de energia limpa, na região Norte o sol é abundante durante o ano inteiro”, explicou o técnico do Instituto Mamirauá, Felipe Jacob Pires.

Esse tipo de sistema também possui um custo mais baixo, já que a maioria dos equipamentos possui uma durabilidade alta. “Um painel de energia solar chega a durar 25 anos, enquanto as baterias duram pelo menos 8 anos”, afirmou Felipe. A ideia é que os manejadores sejam capacitados para realizar o uso dessas tecnologias e estejam preparados para fazer a manutenção quando necessário.

O sistema instalado pelos técnicos do Instituto Mamirauá é composto por quatro painéis solares e quatro baterias, entre outros equipamentos de uso da energia solar. “A energia será capaz de atender as necessidades diárias dos manejadores, alimentando lâmpadas e instrumentos utilizados para viabilizar a atividade de manejo de pesca”, afirmou o técnico.

Novos mercados para o pirarucu manejado

A estrutura de recepção e pré-beneficiamento de pirarucu manejado proposta pelo Instituto Mamirauá deve se tornar uma referência para esse tipo de atividade. De acordo com Felipe, a estrutura do flutuante foi pensada com o objetivo de fornecer água com qualidade adequada para a evisceração do pescado, um processo importante para comercialização do pirarucu manejado. “Com essa estrutura, os manejadores conseguirão atender a legislação sanitária vigente, e assim, atingir mercados fora da região”.

O engenheiro ambiental do Instituto Mamirauá ressalta ainda que o modelo é resultado do trabalho de longa data realizado pelo Instituto Mamirauá em relação ao manejo de pirarucu na região. “Nós buscamos trabalhar em cima dos gargalos apontados pelo Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá”, afirmou.

Com informações da Assessoria do Instituto Mamirauá

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