Envira município do Amazonas rico em biodiversidade

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Envira é um município  localizado no interior do estado do Amazonas. Pertencente à Microrregião de Juruá e Mesorregião do Sudoeste Amazonense, situa-se a sudoeste de Manaus, capital do estado. Sua população estimada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de 19 143 habitantes.[3] sendo então o 44º mais populoso do estado e o quarto de sua microrregião.

Na vegetação do município predomina o bioma amazônico.

Em 2010, a taxa de urbanização de sua população era de 64,63%. [6] O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município era de 0,509, considerado médio em relação ao estado.[4] Situada em uma área de Floresta Amazônica, não há acesso rodoviário a Envira. A ligação do município à capital e a municípios vizinhos é feita por via fluvial ou aérea.

O povoamento da região se deu no início do século XIX, com a chegada de nordestinos. O desenvolvimento do município ocorreu durante um grande período dado pelo Ciclo da Borracha.[7]

Na área cultural, destaca-se principalmente pelo turismo, existindo diversos atrativos, como igrejas e praças, além de suas praias de água doce, ilhas, igarapés e lagos que formam a geografia municipal. Registram-se eventos culturais e tradicionais, como a festa do aniversário do município.

História

A história do município de Envira, local onde era situado a antiga comunidade Pacatuba, pode ser descrita com a trajetória social e política de um povo de raízes nordestinas, com a participação de remanescentes indígenas e de alguns imigrantes de outros locais determinantes da cultura popular, condicionante de muitos hábitos e costumes típicos das atividades de exploração do látex e do “status” que no regime de arrendamento predominava nos seringais.

Datam de meados do século XIX, as penetrações pelo rio Juruá acima, chegando até a região onde se encontra a atual cidade de Envira. Em 13 de março de 1953, promovidas pelos desbravadores dos primeiros seringais nativos do ciclo da borracha, entre eles encontravam-se, Luiz Liberato de França (nascido em 23.03.1928 e falecido em 12.11.2017 ), na época foi designado na época pelo então prefeito nomeado Renê Fernandes Levi para escolha do local onde viria a ser a atual cidade de Envira, os antigos moradores locais podem ser lembrados pelo nome de Francisco das Chagas Mattos e José Geraldo Bernardo localizados na então Comunidade de Pacatuba . Desta época até o final da Segunda Guerra Mundial, quando cessou a vinda da última grande leva migratória dos conhecidos “soldados da borracha”, os nordestinos representaram a principal força de trabalho e ocupação territorial da região, enquanto as populações indígenas foram gradativamente diminuindo, às margens do rio Tarauacá, afluente do Juruá. Nessa época a literatura registra referências aos índios Kulina, Canamaris, Cuaná, Curiqueares, Marauás, Catuquinas, Catauaixis e outros.

O período de povoação da Amazônia inicia-se entre os anos de 1580 a 1640,[8] época em que Portugal e Espanhapermaneceram sob uma só coroa, tendo os portugueses penetrado no vale amazônico, sem desrespeito oficial aos interesses espanhóis. A ocupação do lugar onde se encontra hoje o município de Manaus foi demorada, devido aos interesses comerciais portugueses, que não viam na região a facilidade em obter grandes lucros a curto prazo, pois era de difícil acesso e era desconhecida a existência de riquezas (ouro e prata).[8]

Ciclo da borracha constituiu uma parte importante da história econômica e social do Brasil e de Envira, estando relacionado com a extração e comercialização da borracha. Este ciclo teve o seu centro na região amazônica, proporcionando grande expansão da colonização, atraindo riqueza e causando transformações culturais e sociais, além de dar grande impulso às cidades de Manaus, Porto Velho e Belém, até hoje maiores centros e capitais de seus Estados, Amazonas, Rondônia e Pará, respectivamente. No mesmo período foi criado o Território Federal do Acre, atual Estado do Acre, cuja área foi adquirida da Bolívia por meio de uma compra por 2 milhões de libras esterlinas em 1903. O ciclo da borracha viveu seu auge entre 1879 a 1912, tendo depois experimentado uma sobrevida entre 1942 e 1945 durante a II Guerra Mundial (1939-1945).

Após a Segunda Guerra Mundial, a Amazônia passou a integrar o processo de desenvolvimento nacional. A criação do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) em 1952, a implantação das agências de desenvolvimento regional como a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) em 1966 e a Zona Franca de Manaus, em 1967, passaram a contribuir no povoamento da região e na execução de projetos voltados para a região. Foi o extrativismo da borracha que impulsionou o grande crescimento da cidade de Envira.

Como em todo o Amazonas, sobressaem matas de terra firme, várzea e igapós. Toda essa vegetação faz parte da extensa e maior floresta tropical úmida do mundo: a Hileia Amazônica. Os solos são de terra firme – do tipo lateríticos: solos vermelhos das zonas úmidas e quentes, cujos elementos químicos principais são hidróxido de alumínio e ferro, propícios à formação de bauxita e, portanto, pobres para agricultura. Solos de várzea são os mais férteis da região. São solos jovens, que periodicamente são enriquecidos de material orgânico e inorgânico, depositados durante a cheia dos rios. A flora do estado apresenta uma grande variedade de vegetais medicinais, dos quais se destacam andiroba, copaíba e aroeira. São inúmeras as frutas regionais e entre as mais consumidas e comercializadas estão: guaraná, açaí, cupuaçu, castanha-do-brasil (castanha-do-pará), camu-camu, pupunha, tucumã, buriti e taperebá.

O Amazonas tem 98% da sua área florestal intacta, pois sua vocação econômica foi desviada para outras atividades a partir da reorganização e ampliação da Zona Franca de Manaus em 1967. Os governos têm procurado incentivar o chamado desenvolvimento sustentável, voltando-se para a preservação do legado ecológico. Existe um esforço para manter os projetos agropecuários dentro dos limites da preservação ambiental, enquanto que a valorização do manejo da floresta como fonte de renda contribuiu para que o Amazonas enfrentasse o desafio de reduzir o desmatamento em 21% em 2003, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE.

  • Rio Juruá é um rio de águas barrentas, navegáveis e piscosas. Seu nome Juruá, de origem indígena, é uma derivação do nome “Yurá”, usado pelos indígenas que habitavam suas margens. O Juruá nasce no Peru e, com mais de 3 mil quilômetros de extensão, está entre os 10 maiores do planeta. É considerado um rio novo e rico em sais minerais. Suas margens, após as vazantes, são utilizadas pelos ribeirinhos ou “barranqueiros” para o plantio de produtos agrícolas, como feijão, milho, batata, melancia e outros. Os afluentes do Juruá são o

Tarauacá, o Gregório e o Tejo. Suas águas caudalosas e barrentas têm dois períodos distintos: o inverno, especialmente de dezembro a maio, que é a época das enchentes, quando o rio invade todas as terras baixas; e o período de verão, de junho a novembro, quando suas águas baixam de tal maneira que os barcos e balsas de maior porte não conseguem chegar a Envira.

Há uma grande quantidade de lagos espalhados pelo município, localizados, quase sempre, próximos ao Rio Juruá ou a seus afluentes. O aspecto e a largura que apresentam são semelhantes aos dos cursos d’água que passam nas proximidades. Medem, aproximadamente, 6 km de extensão e são, geralmente, piscosos.

  • Rio Tarauacá, afluente de margem direita do rio Juruá, rio brasileiro que banha os estado do Acre e Amazonas. O rio Envira, importante afluente do Tarauacá, tem sua foz localizada no município.

Setor primário

  • Agricultura: destaque para a cultura temporária de mandioca, arroz, milho, cana-de-açúcar, feijão e batata-doce. Culturas permanentes: banana, cupuaçu, café, citros, abacaxi, etc. Com potencial agrícola acentuado, pelas suas terras férteis, o município já exporta excedentes de arroz, milho farinha e banana.[13]
  • Pecuária: em franco desenvolvimento nas áreas adjacentes às principais estradas vicinais do município. A produção leiteira é crescente, com produção de derivados do leite.[13]
  • Pesca: com representatividade econômica limitada pela forma artesanal da pesca e infra-estrutura de apoio. No entanto, além de garantir, em conjunto com a farinha, a dieta alimentar da maioria absoluta da população, gera excedentes para os municípios vizinhos de Tarauacá (AC) e Feijó (AC). Tende a um incremento sensível a partir da implantação de nova infra-estrutura frigorífica e geleira.
  • Extrativismo vegetal: voltado para extração de madeira, com atendimento da demanda local e pequena exportação. Em menor escala, atividades remanescentes da exploração do látex, coleta de cacau nativo, plantas medicinais e aproveitamento do açaí, buriti, abacaba, andiroba, copaíba, e outros produtos naturais com fins de consumo familiar e do mercado da sede municipal.
  • Avicultura: com bases domésticas para o consumo familiar, em fase de expansão com fins de abastecimento da sede através da implantação de módulos de criação intensiva.
  • Piscicultura: cerca de 30 pequenos açudes, construídos no período de 1990 a 1995, representam o início promissor da piscicultura local, ainda com pouca representatividade econômica.[13]

Turismo

Beleza cênica

O município possui igarapés e lagos, além do próprio rio que banha a sede do município, em cujas águas podem ser encontrados os mais belos matupás, salientando-se a vitória-régia.[13]

Culinária envirense

Cupuaçu, fruta típica da Amazônia.

A culinária envirense tem forte influência indígena. Entre as frutas, destacam-se: açaí, bacaba, cupuaçu, castanha-do-pará, bacuri, pupunha, tucumã, muruci, piquiá e taperebá.[14]«Culinária Nortista». Consultado em 5 de maio de 2010</ref> Cerca de 14% de sua população consome proteína animal (peixe) por dia.[14] A culinária envirense é caracterizada pela utilização de uma grande variedade de peixes provenientes da própria bacia do rio Juruá. Entre os destaques, podemos encontrar o “pirarucu de casaca”[15]feito com pirarucu e banana pacovã, o tambaqui grelhado, ou a famosa caldeirada de tambaqui, muito popular entre os habitantes.[16] Outros peixes, como pacu, matrinchã, curimatá e jaraqui, também são de grande apreço da população. Dentre as cidades acreanas, Envira é uma das que apresentam maior consumo de proteína animal (peixe).[14]Cerca de 14% de sua população consome peixe todos os dias.[14]

Fontes: Wikipédia, IBGE e Prefeitura de Enviara

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