O trabalho das Polícias Civil e Militar resultou na prisão de 312 acusados de homicídios em Manaus de janeiro a junho de 2018, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM). No primeiro semestre, a capital registrou 436 mortes violentas, o que representa uma redução de 12% frente ao mesmo período de 2017, quando ocorreram 496 assassinatos.
Entre as estratégias para enfrentar a violência na capital, desde outubro do ano passado, estão o reforço nas operações integradas das forças de segurança, a ampliação do patrulhamento nas ruas da capital, o reaparelhamento das Polícias e a criação de uma força tarefa na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).
Investigações preliminares indicam que, pelo menos, 58% de todos os casos de homicídios têm como motivação inicial o tráfico de drogas. Das vítimas, 94,2% são do sexo masculino. E é justamente o cenário de disputa pelo domínio das drogas que impulsionou o crescimento das mortes em junho, quando, pela primeira vez, os indicadores de homicídios apresentaram alta em 2018. No mês, foram registrados 103 casos, aumento de 2%. Em junho de 2017, a capital teve 101 homicídios.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, coronel Anézio Paiva, todo o sistema está empenhado. As medidas vão da intensificação das ações repressivas e ostensivas da Polícia Militar ao trabalho de inteligência e investigação da Polícia Civil e Secretaria Executiva de Inteligência (Seai). Operações integradas têm sido desencadeadas para apurar denúncias e levantamentos do setor de inteligência.
Outra medida para combater o crime foi a transferência de lideranças de facções criminosas da capital para o presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para onde oito detentos de alta periculosidade foram enviados semana passada. Além disso, revistas foram intensificadas no sistema prisional e a SSP-AM determinou mudanças no modelo de guarda externa da Polícia Militar, com aumento da presença policial nas muralhas.
“A causa desse impacto negativo do número de homicídios é, justamente, a guerra de facções aqui no Amazonas, desencadeada mais ainda pela fuga dos presos do CDPM 2. Mas já adotamos as medidas de contenção de maneira integrada e com inteligência. Vale salientar que todo o sistema de segurança tem os dados dos fugitivos e estamos fazendo as prisões”, destacou o secretário de segurança pública, coronel Anézio Paiva.
Seis detentos foram recapturados do Centro de Detenção Provisória e as Polícias Civil e Militar mantêm as buscas. Um inquérito sobre a fuga do presídio, que ocorreu em maio, está sendo conduzido pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). As investigações sobre os foragidos acontecem diariamente. Há duas semanas, o DRCO e o Departamento de Narcóticos da Polícia Civil estavam em investigações no bairro da União, zona centro-sul, em busca de prender seis fugitivos, quando houve uma troca de tiros. Desde então, outros três criminosos foram presos na área, sendo dois por homicídio.
“As tropas de segurança foram a terreno, ocuparam o bairro da União, tanto a Polícia civil e Militar, e até hoje estão lá para cumprir a ordem e a segurança”, disse Paiva.
Segundo o secretário de segurança, também houve investimento na estrutura das polícias, com a renovação de 370 viaturas nas ruas da capital e interior, além de manutenções em delegacias e a implantação de três centrais de flagrantes na capital. De outubro para cá, houve a retomada do patrulhamento comunitário nos bairros da zona norte, leste e centro-sul e até a próxima semana mais 68 viaturas caracterizadas serão entregues para completar a capital, aumentando a presença policial nos bairros da zona sul, oeste e centro-oeste. Ao longo do mês de julho, outros 82 carros de polícia serão alocados, dessa vez no interior.
A SSP-AM também está realizando a compra de 60 fuzis para as Polícias Civil e Militar.
*Força Tarefa* – A força tarefa na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) está agilizando as investigações e ajudou a aumentar o número de inquéritos concluídos e remetidos à Justiça. Este ano, 222 inquéritos foram encaminhados ao poder judiciário, o equivalente a 93% de tudo o que foi enviado ano passado. A medida proporciona avanço nas investigações porque os inquéritos servem de base para pedidos de novas diligências e prisões pela DEHS.
