Com 200 novas vagas, Susam zera fila de hemodiálise 

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A Secretaria Estadual de Saúde (Susam) acaba de abrir 200 novas vagas de hemodiálise, para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), zerando a fila para esse tipo de procedimento. O novo espaço, inaugurado nesta terça-feira (17/10), faz parte de um convênio firmado com a Clínica Pronefro, que já recebe pacientes do SUS no Estado e que agora está dobrando sua capacidade de atendimento. A ampliação do serviço é uma das medidas previstas no Plano Estadual de Atenção ao Paciente com Doença Renal Crônica, implantado pela Susam.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Orestes Guimarães de Melo Filho, a quantidade de novas vagas abertas é suficiente para atender toda a demanda existente hoje, na rede pública de saúde. “Com essas vagas, conseguimos inserir todas as pessoas que aguardavam por uma vaga para tratamento contínuo em clínica de hemodiálise. São pessoas que estavam fazendo procedimento, que deveriam ser de rotina, em prontos-socorros”, explica Orestes. Ele adiantou que outras 180 vagas estão em fase de contratação com o Hospital Beneficente Portuguesa, para novos pacientes.

Durante a entrega do espaço, o secretário ressaltou, ainda, outras medidas que estão em andamento pela Susam, para reforçar o atendimento ao renal crônico, dentre elas, a implantação de dois ambulatórios pré-dialíticos, para acompanhamento dos primeiros estágios da doença renal, antes que  evolua para a fase crítica, que necessita de diálise ou transplante. O novo serviço já está em processo de habilitação junto ao Ministério da Saúde (MS).

Ao mesmo tempo, disse ele, a Susam providencia a ampliação da oferta de diálise peritoneal para pacientes do interior. O procedimento é feito via cateter e pode ser realizado em casa, pelo próprio paciente. “Estamos providenciando para que os pacientes do interior não precisem vir para a capital, que possam fazer o procedimento em sua própria cidade, junto da sua família”, disse o secretário. 

O Governo do Estado também está retomando o transplante de rins, procedimento que foi suspenso em 2016, em gestão anterior. As cirurgias voltarão a ser realizadas a partir de novembro deste ano, no Hospital e Pronto-Socorro da Zona Norte, que passará a operar com toda sua capacidade instalada

Também está no MS, o processo para habilitação da Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ) para realização de diálises. Embora a instituição já ofereça este tipo de procedimento, o objetivo é que a unidade receba recursos do MS para garantir a assistência prestada. Hoje, é o Estado que custeia o tratamento contínuo de pacientes renais crônicos, atendidos pelo SUS na Fundação Adriano Jorge.

Para o médico Valquir Santos, sócio proprietário da Pronefro, a ampliação do espaço da clínica é uma grande vitória. “Empreender no momento de crise não é fácil, mas é um desafio compensador. Estamos dobrando nossa capacidade de atendimento, empregando novos profissionais e oferecendo um grande serviço, de excelência, à população. Atendemos exclusivamente pacientes do SUS e é um grande prazer podermos colaborar para ampliar a capacidade de atendimento da rede pública”, disse. O novo espaço de hemodiálise está localizado na avenida Maceió, bairro Nossa Senhora das Graças, anexo à Pronefro. No local, foram implantadas mais 36 máquinas de hemodiálise.

Valquir destacou que os pacientes que estão sendo encaminhados pela Susam vão iniciar o atendimento a partir do acompanhamento por equipe multidisciplinar. “Eles vão passar primeiro pelo serviço social, que vai orientá-los sobre os direitos sociais, depois por nutricionistas, psicólogos e o médico, que solicita os exames sorológicos para então poderem iniciar as sessões de hemodiálise”, relatou.

Para a presidente da Associação dos Renais Crônicos do Amazonas, Renata Carvalho, que participou da entrega do novo espaço de hemodiálise, na Pronefro, a ampliação das vagas de diálise (hemodiálise e diálise peritoneal) é a melhor notícia que poderiam esperar. “E com muita alegria que estamos dando essa notícia aos renais crônicos do Amazonas. Esperamos que com as novas vagas, todo mundo seja assistido dentro da sua necessidade”, disse Renata que faz hemodiálise há 11 anos.

Além do Hospital da Fundação Adriano Jorge, dentro da rede de saúde pública, o serviço continuado de hemodiálise é ofertado através de convênios da Susam com quatro unidades particulares – Hospital Santa Júlia, Clínica Renal de Manaus, Centro de Doenças Renais e Clínica do Amazonas e Clínica Pronefro. Tem, ainda, os hospitais e prontos-socorros que realizam procedimentos de emergência e que estavam atendo pacientes da fila de espera.

Atualmente, 941 pacientes realizam Terapia Renal Substitutiva (TRS) no Amazonas, sendo 869 em hemodiálise e 72 em diálise peritoneal. A hemodiálise é um procedimento que permite a filtração do sangue, eliminando o excesso de toxinas, sais minerais e líquidos nas pessoas que possuem insuficiência renal grave. O tratamento é indicado pelo nefrologista e, geralmente, é feito pelo paciente por toda a vida. Por isso, a necessidade constante de ampliação de vagas. A melhora completa se dá apenas por meio do transplante dos rins.

O Plano Estadual de Atenção ao Paciente com Doença Renal Crônica foi aprovado em novembro do ano passado, já na atual gestão, que assumiu em outubro. O plano prevê o planejamento de ações por parte do Estado e dos municípios para o prazo de cinco anos.

A secretária executiva Adjunta de Atenção Especializada da Capital (SEA), Joselita Nobre, da Susam, aponta que é de competência do Estado oferecer atendimento de Média e Alta Complexidade, o que, neste caso, significa as Terapias Renais Substitutivas e os ambulatórios pré-dialíticos. Já aos municípios cabem as ações de promoção e prevenção das doenças crônicas. Ela destaca a importância de fortalecimento da Atenção Básica, nos municípios, para melhorar a assistência ao paciente hipertenso e diabético, garantindo, dessa forma, o retardamento de complicações renais.

Ela lembra que um dos principais fatores de risco para doença renal crônica é a diabetes e a hipertensão, ambas cuidadas na Atenção Básica. “O problema é que quando o paciente chega até a atenção secundária e terciária já passou por período de complicações orgânicas que, muitas vezes, é irreversível. Precisamos que a Atenção Primária dê atenção total a esses pacientes, para que retarde as complicações da doença renal, de forma a diminuir o número de pessoas que necessitam fazer hemodiálise. O Estado está promovendo um grande avanço no atendimento especializado, com a ampliação de vagas de hemodiálise, de diálise peritoneal e retorno do transplante de rim, mas é essencial que se fortaleça a Aten ção Básica”, frisou.

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